Nesta semana, o delegado do CRCSP em Limeira, Paulo Vilalta Neto, visitou um profissional da contabilidade muito especial de seu município: o senhor Adhemar Perrielo Chequi, que acaba de completar 100 anos de idade.
Num encontro emocionante, Paulo levou o abraço do CRCSP e de todos os profissionais do Estado de São Paulo e ouviu um pouco de suas histórias. São 84 anos de atuação na área contábil, 69 anos de registro no órgão de classe e muitas contribuições pela valorização da profissão.
Muito oportuno neste momento vivido pelo Brasil, o experiente Adhemar deixa ainda um recado aos mais jovens: "que todos cumpram a sua verdadeira função de profissional da contabilidade com seriedade e sabedoria".
O senhor é contador ou técnico em contabilidade e quando se formou?
Sou contador formado em 1933. Faz pouquinho tempo (risos). Comecei a atuar em 1934 e nunca mais parei. Alguns anos depois cursei a Faculdade de Economia. Dou a minha contribuição até hoje.
Até hoje?
Sim, isso mesmo. Até hoje presto consultoria na área de auditoria para a Indústria de Máquinas Zaccaria, uma organização também centenária aqui de Limeira.
E que outros lugares o senhor trabalhou?
Trabalhei em duas empresas, a Lucato e a Zaccaria, nessa última por mais de 20 anos. Também tive meu escritório próprio que fechou faz alguns anos. Também já trabalhei como consultor para a Usina Ometto.
Como vê a contabilidade atual, depois de tantas mudanças, especialmente com a chegada da tecnologia?
O que mudou fundamentalmente foi o Plano de Contas, que foi ampliado, dando mais margem para progresso dos empresários.
E a legislação tributária?
Bom, essa muda sempre, né? O profissional precisa sempre acompanhar porque há alterações constantemente. Antigamente acompanhávamos pelo papel, pelo Diário Oficial. Além disso, o Conselho Regional de Contabilidade auxiliava muito. A parte tributária é uma das que demandam maior responsabilidade por parte do contador.
O senhor acha que os profissionais da contabilidade são valorizados hoje?
Acredito que sim. São os contadores que orientam os dirigentes. São eles que deixam os empresários tranquilos, atuando dentro de um esquema de trabalho seguro. Eles são os elementos principais para a 'vida' da firma.
Independente da época, o que é importante para ser um bom contador?
O estudo, a leitura. É preciso ler, ter acesso aos livros de grandes escritores da Contabilidade. O profissional tem que ir se atualizando. Se o contador ou quem trabalha em qualquer outra área não estudar, ele perde o controle e fica para trás no mercado.
Qual a relação do senhor com o Conselho Regional de Contabilidade?
O Conselho sempre me apoiou. Você imagina, não tínhamos internet e as dúvidas eram constantes. Então, qualquer dificuldade recorríamos ao CRCSP, que sempre resolvia.
Que mensagem o senhor deixa para as próximas gerações que estão começando na Contabilidade?
Eu desejo muitas felicidades na vida. Desejo especialmente que todos cumpram a sua verdadeira função de profissional da contabilidade com seriedade, inteligência e sabedoria visando sempre colocar o empresário, seu cliente, em uma posição elevada nos negócios e na sociedade.
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