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9 de novembro de 2017 - Ano 08 - Nš 452
Carreira
 

"Mesmo que a verdade seja inconveniente, você deve ouvi-la"
Escritor de best-sellers e professor da Wharton School fala sobre as características que tornam um líder original


Para que haja inovação dentro das empresas, é necessário primeiro um ambiente que estimule e abra espaço para novas ideias.

A chamada "segurança psicológica" tem um papel crucial. Isto é, os membros da equipe devem saber que podem compartilhar o que pensam de forma transparente — e que não sofrerão retaliações por causa disso. Deve haver transparência e feedback frequentes, defende Adam Grant, professor da Wharton School.

Grant, de 36 anos, dedicou toda a sua carreira a tentar entender a psicologia organizacional. Apesar da pouca idade, ele é um dos especialistas mais reconhecidos no assunto. Escreveu dois best-sellers aclamados, traduzidos em mais de 30 línguas (incluindo o português): Dar e Receber e Originais - como os inconformistas mudam o mundo.

Um dos pontos sobre os quais Grant se debruça é como todos nós poderíamos nos tonar mais originais. "Não acho que falte originalidade no Brasil", disse em sua palestra. "Mas o problema vem depois de ter a ideia: como você transforma aquilo em realidade?" Existem algumas formas, segundo ele, de cultivar um ambiente que propicie a inovação.

O especialista defendeu que aquela história de "Não me traga problema, traga soluções!" é uma filosofia perigosa, pois tira a segurança psicológica para ser original. "E você nunca vai ouvir sobre os problemas da sua empresa, que não seria capaz de saber sozinho". Grant defende uma "cultura em que você pode falar abertamente de problemas".

Grant diz que líderes deveriam encorajar o feedback e o olhar crítico por parte dos funcionários, justificando que se todos fossem mais transparentes haveria mais segurança psicológica. "Mesmo que a verdade seja inconveniente, você deve ouvi-la", afirma. Em vez de perguntar só na hora em que o funcionário está saindo da empresa o que poderia ter feito para mantê-lo no cargo, o líder deveria fazer essas perguntas logo no início, já na entrevista.

O professor explicou ainda que, embora a contratação de pessoas alinhadas com a cultura de uma empresa em fase inicial seja positivo, depois de um tempo essa não é mais a realidade. Conforme a empresa cresce, precisa de diversidade de pensamento para impulsionar a originalidade. Ele fala em culture contribution em vez do famoso culture fit. "O que você tem de pensar é o que está faltando à sua cultura naquele momento."

Ainda sobre cultura, Grant mencionou um dos conceitos de seu livro Dar e Receber. De acordo com ele, existem dois tipos de pessoas nos ambientes de trabalho: doadores e tomadores. Os doadores são aqueles que tentam beneficiar o próximo, enquanto os tomadores só pensam neles mesmos. "Tomadores são mortais para a cultura das empresas." Grant defende que é preciso tirá-los o quanto antes da sua organização.

Fonte: http://epocanegocios.globo.com

 
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