Se considerarmos que o nascimento da abstração na arte se situa entre os anos de 1910 a 1912, com Kandinsky, Giacometti, Picasso, Delaunay, entre outros, é interessante constatar a importância que até mesmo em nossos dias é dada a esta linha na pintura brasileira.
A obra do artista mato-grossense Joaquim Ary Corrêa Júnior, que nas artes é mais conhecido por Ary Jr., dedica-se mais ao que poderíamos chamar de abstração lírica ao criar paisagens de sonhos, espécies de visões fantásticas de um poeta expressionista e místico.
No conjunto mais recente de suas obras, o pintor dá livre curso à sua imaginação acentuando a dinâmica da forma e da luz e direcionando-se para uma abstração que se diferencia a cada uma de suas criações.
Em alguns casos, seus quadros poderiam ser definidos como uma pintura de transição feita com liberdade instantânea e passagens velozes quase sem limites e sem submissão a regras externas. O seu imediatismo e seu afastamento de todo e qualquer formalismo constituem um chamamento a uma total liberdade criativa.
Com Ary Jr. poderíamos dizer que o expressionismo encontra uma espécie de correção no sinal da legibilidade normativa, sem todavia se afastar da espontaneidade da exuberância gestual, tornando-se disponível a uma leitura em chave abstrata-informal.
Além das etiquetas e dos tempos alternados com relação às correntes codificadas, suas obras mantêm autonomia de linguagem e sugestão imaginativa numa espécie de motus de transgressão inusitada nas artes dos períodos atuais.
As últimas criações de Ary Jr. não constituem um fácil abandono às seduções dos sentimentos, mas conservam uma energia e uma dinâmica que acrescentam vitalidade e uma carga expressiva a suas composições.
Emanuel von Lauenstein Massarani
Crítico de arte e presidente do IPH
Joaquim Ary Corrêa Júnior nasceu em 3 de janeiro de 1962, na cidade de Ponta Porã/Mato Grosso do Sul.
Iniciou sua carreira de artista aos 13 anos de idade com o mestre impressionista Ronaldo Gouvêa em Brasília/DF. Frequentou várias oficinas em Campo Grande, entre elas oficinas organizadas no Centro Cultural José Otávio Guizzo.
No momento, Ary Corrêa Júnior, como é conhecido no meio artístico, prepara um novo caminho para sua arte, através de uma pesquisa de técnicas e linguagens, com uma pintura modernista de expressão mais contemporânea.
Dentre suas exposições destacam-se:
- 1978 - Participou do I Salão de Pinturas do Clube do Exército em Brasília/DF.
- 1989 - Participou do Monumento à liberdade em São Paulo/SP.
- 1990 - Participou da Exposição Coletiva Realizada no Hotel Campo Grande/MS.
- 1991 - Participou da Exposição Coletiva realizada no Espaço Alternativo Habitação em Campo Grande.
- 1995 - Participou da Coletiva 10 artistas de Mato Grosso do Sul em Tóquio.
Participou do Projeto Itinerante Intercidades com artistas sul-mato-grossenses em nove municípios de MS.
- 2000 - Participou do encerramento do Projeto Itinerante Intercidades 1999-2000, coletiva de artistas sul-mato-grossenses.
Participou da Universidarte, mostra realizada pela Universidade Estácio de Sá - Campo Grande/MS.
Exposição Individual Galeria Mara Dolzan, Campo Grande - MS.
- 2003 - Exposição individual itinerante “Razões da Natureza”, Galeria Mara Dolzan, Cuiabá/MT – Brasília/DF.
- 2004 - Exposição coletiva “Cidade Real Olhar Abstrato”, Ary Corrêa Júnior - M. Fujita, Galeria Mara Dolzan - Campo Grande/MS.
Participou do concurso para a logomarca do trem do pantanal.
- 2005 - Exposição individual Sierra/Stúdio A e Galeria Mara Dolzan.
- 2006 - Exposição coletiva Projeto Pantanal Cores e Formas, Campo Grande, Brasília, Mube Off Bienal 2, São Paulo/SP.
- 2012 - Exposição coletiva “Arte em dois tempos”.
- 2013 a 2020 - Obras em acervo permanente na Galeria Mara Dolzan - exclusividade.
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