Ricardo Amadeo, nesta sua nova linha criativa, percebe e registra, com muita habilidade, um diálogo entre pássaros e gatos. E o curioso é que, para quem convive diariamente em seu lar com essas criaturas, sua criatividade torna-se, tanto na descrição quanto na narração, um verdadeiro processo interior do artista.
Com precisão e invenção ele desenvolve o seu desenho, cujo percurso é de uma progressiva simplicidade, embora suas cores tenham uma base formal e sólida. Vale salientar que mesmo quando o criador elimina a presença humana em suas novas criações, percebe-se e sente-se que ela está sempre presente.
Síntese da própria personalidade e do próprio bom gosto, Ricardo Amadeo olha com amor todo tipo de natureza. A linha naif que nos propõe, nesta nova fase, torna-se uma verdadeira identificação entre sentimento e razão.
Não devemos esquecer que nestes últimos anos Ricardo Amadeo está paralelamente empenhado em elaborar com seriedade e coerência seu programa de trabalho e que, além de pintar, preocupa-se em contribuir com sua experiência para ensinar como professor no Instituto Vera Nice Barbosa, no bairro do Jaguaré, atendendo tanto uma prolífera comunidade de jovens quanto de adultos que se interessam por arte.
Emanuel von Lauenstein Massarani
Crítico de arte e representante do IPH
Ricardo Amadeo, pseudônimo artístico de Ricardo Amadeo Júnior, nasceu em São Paulo, em 1945. A partir de 1962 estudou cerâmica de alta temperatura com Sheila Nachtigall, artes gráficas no Senai e na Editora Abril, fotografia na Enfoque.
Formou-se em Artes Plásticas na Faculdade Armando Álvares Penteado (Faap), onde realizou cursos especiais de desenho, pintura e história da arte. Desde 1968 trabalha como artista gráfico na W2 Comunicação Negócios, na Amadeo Escritório de Arte e na Editora Abril. A partir de 1987, dedicou-se ao magistério, sendo até hoje professor de programação visual e editoração na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e na Faculdade Anhembi Morumbi.
Participou de inúmeras exposições individuais: Gero Galeria, Galeria Itaú, Ribeirão Preto/SP, Galeria Aquarela, Campinas/SP, Spazio Pirandello, Espaço Cultural do Teatro Municipal de Piracicaba, Galeria Paulo Figueiredo, Bauru, Galeria Século XXI, São Paulo/SP, Galeria Portinari, São Paulo/SP (1967/2005).
Entre as exposições coletivas, destacam-se: Ibero Clube, Bonn/Alemanha; Sociedade Germano Ibero-Americana, Frankfurt/Alemanha; Galeria do Bonfim, Amsterdã/Países Baixos; Espaço Cultural Embraer, São José dos Campos/SP; Salão Nacional de Arte Contemporânea, São Paulo/SP; Artistas da Granja Viana, SP; Mostra da Casa de Apoio (desde 2000), SP; O Desenho Como Forma de Expressão, Pinacoteca do Estado, São Paulo/SP; 3º Salão Nacional de Artes Plásticas, São Paulo/SP; 6 de São Paulo, Galeria Selection Arte, São Paulo/SP; Os Anacrônicos da Madrugada, São Paulo/SP.
No campo da escultura realizou um painel de concreto moldado e oxidado para obra dos arquitetos Ubirajara Mota Ribeiro e Walter Maffei em São Paulo/SP, e outra na Igreja São Domingos, em Perdizes, São Paulo/SP. Recebeu diversos prêmios e suas obras encontram-se em coleções particulares e acervos oficiais como o do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.